Musa do Instagram, Jade Barbosa ignora recados maldosos: "As pessoas são cruéis

Ginasta de 23 anos tem mais de 143 mil seguidores e costuma publicar fotos que ressaltam sua beleza. No Pan de Toronto, ela tenta ajudar a equipe como coadjuvante

São poucos os atletas brasileiros que usam tão ativamente as redes sociais quanto a carioca Jade Barbosa. A ginasta de 23 anos tem mais de 143 mil seguidores no Instagram, aplicativo de compartilhamento de fotos, e gosta de publicar em seu perfil virtual imagens do dia a dia, como treinos, competições e os famosos selfies, normalmente acompanhados de roupas que deixam o corpo mais à mostra. No caso de uma mulher jovem e bonita, os elogios são inevitáveis. Os comentários fora de propósito, também.
Jade Barbosa
Divulgação/Instagram/Reprodução
Jade Barbosa
"Nem olho. Às vezes os fãs ficam até chateados porque a gente não responde. Eu não respondo nem coisa boa nem coisa ruim para ficar neutra mesmo. É uma situação às vezes muito chata", explica Jade Barbosa, convocada de última hora para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, devido ao corte de Rebeca Andrade, que lesionou o joelho direito e teve de ser operada.

Entre os brasileiros que estão em Toronto para o Pan, uma atleta já sentiu na pele a falta de noção de alguns internautas. Ingrid Oliveira, dos saltos ornamentais, quis mostrar em seu perfil que já estava no Canadá para competir. Posou para uma foto sentada no trampolim, usando um maiô cavado, que nada mais é do que o uniforme que usa para treinar e competir. A publicação da imagem gerou uma sequência de comentários impublicáveis.

Jade está acostumada a essa situação que as redes sociais proporcionam a quem se sujeita a partilhar seus momentos pessoais. "As pessoas às vezes são muito cruéis nos comentários, mas se você for ligar para tudo que falam você não vai conseguir treinar. Nas redes sociais você precisa ficar mais perto de seus fãs, ver seus amigos, postar coisas divertidas, se sentir bem. Se for ficar ligando para cada coisa ruim..."

As próprias redes sociais dão opções mais privadas a seu perfil. Jade Barbosa prefere não usá-las. "Não bloqueio. Se quiser entrar, entra. A gente tem (vontade de responder alguns comentários), mas acho que vem um anjinho e fala assim: calma", conta.
Na equipe, mas do lado de fora
Em Toronto, Jade Barbosa convive com uma posição inusitada. Experiente em competições internacionais mesmo com 23 anos, ela é reserva da equipe, por ter substituído Receba de última hora. Ela só poderá entrar em ação se alguma das cinco titulares tiver algum problema e não puder competir. Por conta disso, verá o Pan do lado de fora do tablado.
Reserva, Jade apoia e orienta as mais jovens da equipe
Thiago Rocha/iG
Reserva, Jade apoia e orienta as mais jovens da equipe
Na noite de quinta-feira, o Brasil participou do treino de pódio, em que as ginastas simulam a rotina de competição. Jade fez o papel de auxiliar, passando magnésio nas barras assimétricas, por exemplo, e o de conselheira, dando dicas e corrigindo a postura das demais atletas na execução dos movimentos. "Estou supernervosa porque eu queria muito estar competindo. É muito difícil esse outro lado, você fica olhando e quer ficar junto. No dia da competição não vou poder estar desse jeito, então é meio ruim eu ajudar porque na hora (da competição) não vai ter, mas quanto mais presente, mais perto...", relata a ginasta sobre a nova experiência.

"Tento estar o mais presente possível, mesmo um pouquinho de longe. Tento corrigir, ajudar de outras maneiras, até porque quando você está fora vê outro tipo de andamento da competição. Quando eu estou ali dentro fico muito focada em mim e agora tento ajudar todas elas", completou.
Jade ficou quase um ano fora da seleção brasileira de ginástica artística, por conta de lesão, e teve a chance de retornar em junho, no Sul-Americano de Cali, na Colômbia, ficando com a medalha de ouro nas barras assimétricas - o Brasil também venceu por equipes. Ainda em busca do melhor ritmo de competição, espera voltar ao posto de titular até o Mundial de Glasgow, na Escócia, em outubro.

"Vim de surpresa (para o Pan), mas estou tentando ser produtiva, subir na aparelhagem, ver como é, ter espírito de competição de novo. Não tem tempo, o Mundial está pertinho e tem de correr atrás", conclui.